segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Para começar bem a semana, um jogo histórico!

Na foto, Alexandre Seixas, Alemão e Romário

Titulares de Flamengo e Botafogo imaginaram se encontrar domingo, na decisão da Taça Guanabara. Só se esqueceram de combinar com os reservas alvinegros, protagonistas da maior surpresa do Campeonato Estadual. Ontem, no Maracanã, o time de desconhecidos venceu por 1 a 0 o Flamengo de Romário, Sávio & Cia. Um vexame que entra para a História rubro-negra. Com o resultado, Botafogo e Vasco vão decidir o título do primeiro turno, domingo, com os alvinegros jogando pelo empate. O Botafogo termina o turno com 100% de aproveitamento: 11 vitórias e 33 pontos. O Vasco se classificou com 25 e o Flamengo, que perdeu a invencibilidade, parou nos 24.

Bastaram cinco minutos para ficar clara a proposta do Botafogo. O time alvinegro impôs a correria para desgastar o Flamengo. Imaginava uma possível decisão com o mesmo rival no domingo. Aos seis, Zé Carlos quase marcou o primeiro gol, mas o goleiro Fábio Noronha salvou o Flamengo a tempo.

Lá no alto, na cabine número 11, o técnico Joel Santana não parecia muito antenado com o que via de seu Botafogo em campo:

- O time está saindo muito. Precisa segurar um pouquinho, pois o Flamengo é perigoso nos contra-ataques.

Apesar de favorecido, ainda houve torcedor do Flamengo que gritasse "é mulambada", quando os candidatos à Cinderela do Botafogo pisaram o gramado. Lá no alto, nas cadeiras, ao lado dos titulares alvinegros investidos no papel de torcedores, o presidente José Luiz Rolim discursava:

- Não são reservas. São integrantes do elenco do Botafogo. Eram apenas os melhores para serem escalados.

Lá embaixo, Zé Carlos, o número dez do Botafogo de ocasião, parecia ter incorporado o espírito de um certo Mané. Num vaivém impressionante, o ponta-de-lança, que joga peladas com radialistas, deixava aturdidos Sávio, Athirson e torcedores rubro-negros.

Aos 25 minutos, Renato - aquele chamado de "morfético", que jogou no América, Fluminense e no próprio Flamengo - acertou uma bomba no ângulo de Fábio Noronha, depois de um passe de Serginho - aquele mesmo mandado embora do Vasco ano passado. O placar mostrava Botafogo 1 x 0 Flamengo para quem quisesse conferir. Lá no alto, o apoiador Aílton, titular-torcedor, começava a chorar.

Traído pelos nervos, o Flamengo não se encontrava. Iranildo errava passe de dois metros; Romário nem era notado. Tanto que o goleiro Alex, do Botafogo, só fez sua primeira defesa difícil, aos 30, numa cobrança de falta de Sávio.

Lá no alto, na tribuna, o presidente do Flamengo, Kleber Leite, esfregava as mãos no rosto, nervosamente. Um pouquinho mais abaixo, nas cabines, o técnico Júnior mandava seu recado ao assistente Leandro, no banco:

- Avisa ao Lúcio que se ele não fechar a direita vou ser obrigado a tirar esse cara, pô!

Da arquibancada, das cadeiras, de todas as direções, a vaia da torcida do Flamengo provocava calafrios em campo. Tanto que, aos 43, Mancuso foi expulso ao desferir um soco no pescoço de Zé Carlos. Com dez, Iranildo "cavou" um pênalti, atirando-se dentro da área, depois de uma falta, aos 45. Na jogada seguinte, o juiz Ubiraci Damásio não deu o pênalti de Fabiano em Serginho.

Toca o celular de Leandro:

- É o Júnior, pô! Avisa ao Lúcio que a coisa tá feia pra ele!

Trila o apito, fim de primeiro tempo. Enquanto Kleber Leite desce apressadamente para o vestiário, o ex-presidente do Botafogo Carlos Augusto Montenegro nem espera os 45 minutos finais para dar a saída na gozação:

- A partir de agora, vou torcer por este time que está em campo. Pelo titular ficou monótono, pois só ganha.

Na volta do vestiário, ficou claro que "a coisa" à que se referira o técnico Júnior em seus telefonemas para Leandro, ficara mesmo feia para Lúcio. O apoiador acabou substituído por Maurinho.

O Botafogo voltou melhor, mas Renato fez uma falta desclassificante em Iranildo e levou cartão vermelho, aos oito minutos. Com dez contra dez, os 17 mil rubro-negros se animaram. Mas o time não ajudou. Pelo contrário, o Botafogo quase ajudou: Alexandre Seixas cabeceou contra o próprio gol e o zagueiro Grotto salvou o empate, sobre a linha, aos 18. Aos 29, foi a vez do goleiro Alex evitar outra jogada contra o patrimônio alvinegro, proeza do apoiador França.

Noutra cabine, o maior artilheiro da História do Flamengo estava desolado:

- O time está uma m. Está tudo muito ruim - resumiu Zico.

Final de jogo: atordoado, Júnior procurava uma explicação para a derrota:

- O que você quer que eu faça? Romário jogou mal, os meias foram mal. Eu não entendi o Athirson...

Botafogo: Alex, Bruno Carvalho (Arcelino), Marcelo Augusto, Grotto e Alexandre Seixas; Alemão, França, Zé Carlos (Cidiclei) e Renato; Robson (Clayton) e Serginho.

Flamengo: Fábio Noronha, Fábio Baiano, Júnior Baiano, Fabiano e Athirson (Leonardo); Mancuso, Bruno Quadros, Lúcio (Maurinho) e Iranildo (Marco Aurélio); Romário e Sávio.

Renda: R$ 176.560, com 17.024 pagantes.

Cartões amarelos: Serginho; Fábio Baiano, Renato, Alemão, Mancuso, Robson, Zé Carlos, Fabiano, Alex. Cartões Vermelhos: Mancuso e Renato.

Matéria do dia seguinte:


Matéria retirada do link www.mapc.net/clube/noticias/nb970327.htm



Detalhe para as escalações:
Alex (amava tomar de 7...)
Bruno Carvalho, o malandro carioca
Na zaga os incansáveis Marcelo Augusto e Grotto
O ex-tricolete Alexadre Seixas que quase fez gol contra nesse jogo
Ne meia Alemão (esse mesmo, ex-Voltaço e Vasco), França (que era titular), Zé Carlos (detalhe, jogando com a 10) e Renato, o autor do gol
No ataque a inesquecível dupla Robson e Serginho.
Observem agora os que entraram no decorrer do jogo: Arcelino (ahnn???) Cidiclei (hein???) e Clayton (xodó do Tulio Maravilha).

É de tirar o fôlego né???

S.A.






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